Tendência de união para que governador dispute reeleição aumenta dentre gestores; 200 de 246, de partidos variados, já sinalizaram querer novo mandato para democrata
O governador Ronaldo Caiado (DEM) caminha para uma tendência de reeleição confortável em 2022. Os principais atributos da atual gestão são o desempenho durante a pandemia, a organização das finanças públicas herdadas em frangalhos, o forte combate de corrupção [em três anos de mandato, nenhum escândalo envolve diretamente o governador ou gestores próximos] e o recall de votos que teve nas urnas em 2018 o governador foi eleito no primeiro turno, com 60% dos votos.
Existe ainda um plus: Caiado é um político de estatura nacional, reconhecido e respeitado por suas posições claríssimas. Mas um quarto atributo pode ser determinante: esmagadora rede de apoios dos prefeitos de Goiás. Jamais o Estado teve inclinação tão explícita de orientação para apoiar uma candidatura majoritária.
Articuladores políticos apontam que Caiado já teria pelo menos 200 dos 246 prefeitos ao seu lado para o enfrentamento do próximo ano. A menos de um ano para o início do período eleitoral, observa-se tendência
de amplo domínio: o bunker de Ronaldo estaria distribuído nas regiões mais importantes Entorno do Distrito Federal, Sudoeste, Norte e região central.
Prefeito Haroldo Naves, presidente da Federação Goiana dos Municípios (FGM), é um dos entusiastas do diálogo dos prefeitos com o governador. Naves admira Caiado desde quando ele atuou como parlamentar tanto na Câmara Federal quanto no Senado.
Durante a campanha de 2018, os adversários do PSDB tentaram imputar à imagem de Caiado uma pergunta capciosa e uma resposta maldosa: “O que Caiado fez por Goiás e municípios? Nada!”.
Haroldo Naves diz que existe uma aproximação natural com Caiado e sempre desmentiu a pergunta dos adversários: “Caiado sempre contribuiu com as cidades através de emendas parlamentares”.
Prefeito de Campos Verdes, Haroldo Naves integra outro grupo dos gestores municipais do MDB que prega a união com o democrata. Dos 28 prefeitos do MDB, apenas um, que é pré-candidato, optou em não declarar apoio a um segundo mandato para Caiado.
Ronaldo Caiado: parceria na gestão e convergência na atividade política Caiado faz parcerias
Em 2003, por exemplo, a partir do forte assédio da gestão tucana, o PFL, hoje Democratas, perdeu 32 prefeitos em Goiás. Da noite para o dia, o partido de Caiado desidratou completamente. Este teria sido um dos motivos para o afasta mento gradual dele do grupo político que antes frequentava.
Após a experiência, Caiado disse que jamais exerceria qual- quer pressão em prefeitos. E, uma vez no governo, atenderia todos da mesma forma.
Na gestão anterior a de Caiado, vários prefeitos teriam sido castigados. O Governo de Goiás atrasou o repasse de verbas para o transporte escolar por doze meses e a contrapartida da Saúde chegou a atrasar por 13 meses fatos relatados em documentos e reportagens da imprensa.
“Com o atual governador, os pagamentos são feitos rigorosamente em dia. Quando o governador lança uma obra no município, o dinheiro tá na conta. Então, o respeito, a credibilidade que tem Ronaldo Caiado faz com que os prefeitos procurem essas parcerias com o Governo do Estado”, diz Naves.
Dentre os apoios conquistados por Ronaldo Caiado, os de maior destaque continuam em Rio Verde, Anápolis, vários municípios do Entorno do Distrito Federal e o avanço cada vez mais presente na região metropolitana.
Carlão da Fox, prefeito de Goianira e presidente da Associação Goiana dos Municípios (AGM), é um dos articuladores do grande escudo municipalista que será estendido sob Caiado. Ele diz que Ronaldo é republicano e entende os problemas das cidades, justamente por ter diálogo franco com os municípios.
A maioria dos prefeitos entendeu que o jogo com o governador precisa ser o mais claro possível, justamente para evitar parcerias desagradáveis como o programa “Goiás na Frente”, que desperdiçou o dinheiro da venda da Celg (a maior empresa pública de Goiás) e não deixou marcas nos municípios.
Carlão convence outros gestores por mostrar que Caiado é solidário aos municípios (a proposta das policlínicas seria um exemplo) e franco. O gigantesco grupo que apoia o atual gestor man- teve os poucos que percorreram Goiás ao seu lado (caso do prefeito Adib Elias, de Catalão, Paulo do Vales, em Rio Verde, e dos prefeitos apoiados por Renato de Castro, em Goianésia, e Ernesto Roller, em Formosa), mas também novos gestores como Diego Sorgatto (Luziânia), Roberto Naves (Anápolis), Fernando Pellozo (Senador Canedo), dentre vários.